"É mais fácil mobilizar os homens para a guerra que para a paz. Ao longo da história, a Humanidade sempre foi levada a considerar a guerra como o meio mais eficaz de resolução de conflitos, e sempre os que governaram se serviram dos breves intervalos de paz para a preparação das guerras futuras. Mas foi sempre em nome da paz que todas a guerras foram declaradas." José Saramago

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Quando de um se perdem tantos



A morte de Morais e Castro (tão pouco tempo depois de outra grande perda) é uma perda irreparável para todos nós, os que o conheciam e os que só o conheciam da televisão. Era para todos nós que ele trabalhava e vivia cada momento da sua vida...
Um homem singular, de uma simplicidade rara e sabedoria única... Homem de sorriso aberto e sincero que tal como disse uma vez numa entrevista nunca misturava as coisas: No Teatro esquecia o escritório e vice-versa.

Morreu um grande homem: Actor, Político, Sindicalista, Advogado...
Todos estes homens compunham este ser humano único (quais personagens teatrais) amigo e companheiro raro...

Até breve Morais e Castro

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ai Laurinda



Laurinda. Não te cuides e cultives depressa ou não tarda nada ainda te dedicam um site. Se não sabes, fica quieta. Ou então não arrisques. É melhor, até porque em calinadas já andas à frente do Sousa Cintra. Se fosses a Margarida Rebelo Pinto, o Santana Lopes ou o Jardel estavas tramada. Com...


Os Roisin Murphy, não Laurinda é a cantora Roisin Murphy. Já esteve numa banda, os Moloko, mas já não está, separaram-se. Não faças confusão. Se não sabes, pergunta.


Laroche Foucault, não Laurinda, é La Rochefocauld, filósofo e moralista da aristocracia francesa do século XVII.Há um excelente livrinho de aforismos dele no mercado. Deve custar hoje menos de 5 €. Vale muito a pena.


A escritora Evelyn Waugh, não Laurinda é o emblemático escritor britânico Evelyn Waugh. Infelizmente nunca o li. Mas não o conheces ao menos da excelente e famosa série de televisão?



É melhor ficarmos por aqui.

domingo, 9 de agosto de 2009

Solnado - o papel da RTP


Das coisas que mais me envergonham, assustam, angustiam e entristecem em Portugal é haver gente que nunca é punida por crimes destes. Simplesmente porque não se sabe quem são, não parece haver forma de se saber e não há moral, respeito ou sequer regras que impeçam que a infâmia seja feita. Como foi possível? Agora é tarde, demasiado tarde.

Adenda: Também João Lopes põe aqui o dedo na ferida. "Será que ainda conseguimos sentir-nos chocados?"

Solnado - Exemplo de Humanidade



Não é por acaso que hoje todo o país se encontra triste e nostálgico... E isto não se deve apenas à morte de um magnífico actor e comediante como era Raúl Solnado. Deve-se também a todas as suas qualidades humanas mais que referidas por tanta gente que com ele privou.

Na parte que me toca não posso deixar de contar aqui um pequeno episódio. Pequeno, mas que não deixa de mostrar a tal humanidade a que me refiro.
Estávamos no ano de 2003 e eu encontrava-me a trabalhar na assistência de produção do Festival de Teatro de Almada que nesse ano homenageava o "mestre" Solnado. No dia em que foi homenageado recebi-o, andei por onde andou, dei-lhe o que necessitava. Este era o meu papel e é um previlégio tê-lo feito para Solnado... Nesta noite da homenagem Solnado constatou já para o tarde que não sabia dos seus óculos. De imediato eu e a minha equipa metemos mãos à obra e fomos procurar por todos os recantos da Escola António da Costa os óculos sem os quais Solnado tinha muita dificuldade em ver. Os óculos foram encontrados, naturalmente devolvidos com natural agradecimento de Raúl Solnado que em seguida se foi embora. Até aqui tudo aparenta normalidade, contudo qual não é o meu espanto quando no dia seguinte me toca o telemóvel e do outro lado falava Solnado, e falava-me com um único intuito: pedir-me desculpa pela busca dos óculos, pedir-me desculpa por não ter agradecido convenientemente (palavras dele) a descoberta dos óculos que lhe "salvaram a vida". Isto foram as palavras do "mestre" a um jovem desconhecido que para ali andava e para que estas palavras me fossem dirigidas Solnado andou a fazer mais telefonemas até conseguir o meu número...

Obrigado Solnado e estejas onde estiveres "faz o favor de ser feliz"


Aqui um pequeno excerto da homenagem:
Agradecendo a homenagem, Raul Solnado não poupou elogios à organização do festival. «A homenagem que é feita pela Companhia de Teatro de Almada é um Oscar. A companhia tem um prestígio invulgar. Nas homenagens costuma-se dizer que `eu não mereço... mas eu acho que mereço», afirmou. A CTA decidiu homenagear o actor português, a comemorar 50 anos de carreira, pelo seu contributo para a arte da comédia.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Da Falta de Vergonha



O Nem paz Nem guerra deixa aqui um pequeno contributo para indecisos ou desiludidos sobre o comportamento dos deputados eleitos nas últimas eleições e suas respectivas faltas às discuções no plenário e ao país que o elegeu.


Pode verificar-se aqui o que cada deputado fez ou tentou fazer pelo país bem como pelo distrito que o elegeu...

É que não esqueçamos, ao contrário da mensagem única que nos querem fazer passar, as Eleições legislativas servem acima de tudo para eleger os deputados da nação e só em seguida se designa um governo...
É altura de tirar confiança a quem não a merece e apostar em quem realmente está no Parlamento, não para se servir, mas para servir Portugal.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Portugal irreal



Ao ligar hoje um telejornal ouvi um estudo que me deixa no minímo estupefacto...
Trata-se de um estudo sobre segurança em que os portugueses foram ouvidos e cujos resultados, para além da estupefacção, me causam alguma preocupação, mas por outro lado me fazem ver claramente que, neste momento, os portugueses vivem num mundo à parte e alheados da realidade. O que é estranho quando esta é tão dura e difícil...

O estudo mostra-nos para começar que um em cada quatro portugueses é a favor da pena de morte, 25% portanto, o que é grave num país que teve uma importância histórica tão grande ao abolir tão abominável crime de Estado.
Uma maioria esmagadora de 62,8% da população quer ser videovigilada. Deve ser o gosto de aparecer em frente às camaras. Inexplicável.
Para concluir mais uma maioria, agora de 60% que gostava de ver a prisão perpétua no nosso quadro legal.

Perante estes dados (que poderiam nem ser assim tão anormais) ficamos a pensar que vivemos num país de alto risco, de grande perigosidade, de medo. Só que curioso o mesmo estudo revela-nos que 85% dos portugueses nunca foi assaltado de forma alguma... Como Portugal também não é um país de grande risco em termos de terrorismo. E nem tem ETAS, nem IRAS, nem qualquer tipo de organização terrorista, isto deixa-me a pensar que o problema nacional é o excesso de televisão, principalmente telelixo, e a falta de acção e visão global.

E eu que já fui assaltado de tantas maneiras e tantas vezes que poderia dizer?
Ocorre-me uma: na noite em que instalaram a videovigilancia no bairro alto passou por mim um grandalhão que em corrida me tira a carteira da mão e continua a fugir não me dando a miníma hipótese de apanhá-lo (era realmente rápido). Dirigi-me à esquadra, contei o que aconteceu, onde aconteceu e no final pedi para encontrarem o homem, ao que me responderam que não dava pois as camaras serviam mais para controlar a entrada e saída de carros...

Por favor deixem-se de Big brothers e façam qualquer coisa. Por exemplo uma viagem...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Este nosso Jardim



Hoje foi dia para espantos neste país.
Alberto João Jardim o maior ditador pós 25 de Abril que Portugal tem tenta agora proíbir, alegando a constituição veja-se, o fim da ideologia comunista, pois diz ele, se o fascismo é proíbido (só na Madeira não é bem assim) à direita então o comunismo deve também ser proíbido à esquerda. Uma questão de igualdade portanto...

Evidentemente e felizmente todos os partidos se demarcaram e condenaram as palavras e tentativas de Alberto João (desconheço até este momento a posição do PP), contudo o PSD ainda não se demarcou e já está a perder muito tempo tal a gravidade das afirmações. Não esqueçamos que muitos estiveram presos, exilados ou foram mesmo mortos para que hoje este papalvo apareça com estas ideias. É urgente conhecer a posição do PSD sobre estas declarações antidemocráticas, fascistas e insultuosas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Ouvi contar...



Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia
Tinha não sei qual guerra,
Quando a invasão ardia na Cidade
E as mulheres gritavam,
Dois jogadores de xadrez jogavam
O seu jogo contínuo.


Ricardo Reis


domingo, 21 de junho de 2009

A forma e o conteúdo



Ultimamente só se fala em forma...
Ele é Sócrates que alterou a forma de estar após derrota nas europeias, ela é Manuela Ferreira Leite que mostra dificuldades pela sua forma discreta de estar... Nunca vi tanta preocupação com a forma e outras futilidades que tais, sendo que o mais grave é que estas preocupações saiem-nos da boca da nossa suposta intelectualidade, dos mais variados quadrantes políticos, dos mais variados espaços mediáticos e um pouco por toda a blogosfera... Só faltam mesmo as revistas cor de rosa (já faltou mais)

Para quando a definitiva preocupação com os conteúdos? Quando é que pararão de encher chouriços com esta total desinformação? O que me interessa a forma desta gente quando não existe conteúdo?
Não entendo, mas agora o que está a dar é falar na forma cordeirinho de Sócrates...
Que tal darem-nos umas férias analistas de trazer por casa?

Haja paciência!...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Europeias 2009 - a cidadã comum



Começo hoje aqui pequenos textos sobre estas eleições que se aproximam. É evidente que dificilmente serei imparcial, ainda assim pretendo manter a coerência...

Neste primeiro texto tenho de falar de Laurinda Alves e a reboque (e sem que tenha culpa alguma de Miguel Portas).
Vamos por partes. Em primeiro lugar Laurinda Alves é uma personagem convencida, que me irrita profundamente e não é de hoje e, que agora quer ser euro-deputada... Porquê? pelos cidadãos... pelas causas... Porque não ao lado de um grande partido? "tenho tido convites, mas as minorias é que fazem mover o mundo..."
Muito bonito, lindo mesmo... E vai daí, Laurinda é a mediática candidata do MEP (Esperança Portugal). E qual é a ideologia do MEP? Não estão ligados a ideologias, mas a causas...hmmm. Propostas concretas para uma política europeia? Defender os cidadãos comuns "com uma politica positiva". Como é que nunca tinha pensado nisto: Em Portugal e por toda a Europa só se faz política pela negativa, mas agora com a hipótese Laurinda em Bruxelas...hmmm. A que corrente europeia se juntarão?hmmm...

Ainda em relação ao mep e à laurinda tive a infelicidade de ver um dos tempos de antena. Para além de todo o vazio de ideias que disse atrás e do apoio fortíssimo de Catalina Pestana, eis que me aparecem uma série de jovens entre os 18 e os 21 anos a dizerem que agora sim, sentiam-se motivados para votar. E sabem porquê? Não porque nunca tenham podido votar antes, aliás isso é um pormenor, mas porque a Laurinda é candidata. Faz dó. Espero que atrás da Laurinda só o PNR, mas temo que não.

E é aqui que entra sem querer Miguel Portas, que a meu ver, até está a fazer excelente campanha... Contudo há dois ou três dias decidiu sair-se com a ideia demagógica dos jovens poderem começar a votar desde os 16 anos. Qual o argumento deste homem de esquerda? se já podem trabalhar aos 16 anos porque não votar? Muito bem. Não aprova então o BE que se comece a trabalhar só a partir dos 18 aumentando a escolaridade obrigatória com bolsas estatais? Está disposto o BE a ter nas prisões comuns jovens de 16 anos? e na tropa?
Em relação a demagogia estamos conversados, mas depois há outra questão. Miguel Portas diz que se os jovens puderem votar mais cedo, mais cedo se interessarão por política e justifica-o dizendo que com 15 anos já pertencia à JCP. Mas então na altura votava-se aos 16 anos ou essa de poderem votar para se interessarem por politica trás alguma na manga?

Eu não sei... Mas depois dos betinhos do MEP não me apetece ver putos dizer que vão votar Bloco pela legalização das drogas ou no PCP para haver preservativos na escola (e atenção que não estou contra as medidas)ou pelo contrário, dizer que não votam em alguém que lhes exiga mais. Não faz sentido... E depois seria preciso toda uma revolução educacional, cultural, social para que estes jovens saibam decidir e bem por si. Falo a nível politico.

Como não estou no messenger não sei o que a rapaziada de 16 anos pensa de tudo isto...

Até breve

domingo, 24 de maio de 2009

Arrivismo à hora de jantar



A vulgaridade, parcialidade, pequenez e jornalismo abaixo de cão de Manuela Moura Guedes teve finalmente uma réplica à altura. Ou melhor, é mais como diz o outro: para cão, cão e meio. Não que morra de amores por Marinho Pinho, pelo contrário.
Também não apoio o governo de José Sócrates, como podem comprovar variados posts que tenho escrito neste blogue. Mas isto não é bem jornalismo, é mais arrivismo. Se não acreditam, vejam a entrevista todinha até ao fim.

Adenda: Algumas vozes na blogosfera fazem de MMG a heroína e de MP o carroceiro. Eu penso que esta entrevista mostrou que estão bem um para o outro. Apesar de isto pelos vistos se prestar a claques. Ainda por cima de gente que se acha acima do país alienado da bola no qual orgulhosamente me incluo.

sábado, 23 de maio de 2009

A maior marcha realizada em Portugal



É um claro puxar de brasa à minha sardinha, mas não podia deixar de escrever sobre o grande acontecimento político realizado hoje em Lisboa.
A CDU reuniu em protesto e luta por volta de 85 mil pessoas... Isto sem anúncios mediáticos, sem grandes alaridos, mas com a naturalidade do descontentamento, da luta e, acima de tudo na esperança de um futuro melhor!

Os Media, mais uma vez, passaram ao lado de mais um grande feito deste Partido único... Mas hoje e, quantas vezes for preciso o PCP provou que a luta continua!

Parabéns CDU.

sábado, 16 de maio de 2009

Manuel Alegre II



A montanha pariu um rato, tal como era esperado... A não ser pelos tais ingénuos que acreditaram naquele movimento de alguma esquerda que já nada modificará...

O que é que Alegre recebeu em troca? Simples: Pode tentar ser Presidente outra vez... Perde e Socrates não se chateia mais. Essa é que é essa.

O BE foi muito ingénuo... E depois os PCs é que são ortodoxos... Abram os olhos!

Mais uma pseudo-coligação fracassada... Parece que esta gente não se sabe mover devidamente na politica nacional. E isso, tarde ou cedo, paga-se.

Hipócrisia e falta de coragem política. Isto sim tem marcado estes últimos anos de Manuel Alegre, bobo na côrte do Sr. Engenheiro...

Manuel Alegre


Terá havido alguém que esperasse alguma surpresa vinda do lado de Manuel Alegre? Não acredito, mas se o houve, que me desculpe: é preciso ser muito patózito, muito ingénuo, muito parvinho. E os jornalistas que andaram a inventar e a alimentar este não acontecimento durante estes meses todos são o quê? Apenas ingénuos?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Grande Maluco



Daniel Oliveira: Sou bué RADICAL!!

Mas quem é que pára este faz tudo, ou melhor, aparece em todo o lado (qual emplastro) Daniel?
Já sei que ele ama o protagonismo, mas precisa ser tão rídiculo???

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Como usar a crise para lavar as mãos...




Este foi um dos absurdos que se pôde ouvir hoje à tarde no parlamento para chumbar as propostas de Verdes e PCP tendo em vista o fim da exploração e maus tratos em animais nos nossos circos... Ainda ouve alguns deputados do PS que não seguiram o voto dos seus colegas de bancada, ainda assim as propostas foram chumbadas.

Em nome de quê??? Não sei.

Mais aqui

sábado, 2 de maio de 2009

O sectarismo de Daniel Oliveira

Declaração de intenções: não sou PCP, muito longe disso. Estou a milhas.
Ontem, 1º de Maio, a blogosfera dos salamaleques decidiu com uma unanimidade a roçar o peganhento acusar o PCP da agressão a Vital Moreira. Daniel Oliveira então, à frente da sua agenda que insiste em esconder, vai ainda mais longe,num post mandado ao ar de forma gratuita e no mínimo pouco séria. Foi muito grave o que aconteceu e condeno veementemente as agressões - que foram graves - mas em vez de verter respostas acusando o PCP, Daniel Oliveira devia fazer perguntas que à laia da sua habitual vontade de protagonismo, não lhe deu jeito fazer na altura. A saber: porque é que o mesmo PCP não agrediu Miguel Portas? Não estava lá? Como é que tem Daniel Oliveira tanta certeza que foram membros do PCP? A ser assim, temos um caso grave de conspiração partidária pela violência. Ou andamos aqui a brincar aos cucos? Alguém de boa fé acredita nisso? Imaginem a direcção do Partido Comunista a ordenar as agressões a Vital Moreira. Algo do género "vamos dar uns tabefes no gajo que anda a pedi-las".
Agora a sério, a ser verdade não seria um caso de polícia a dar direito à imediata ilegalização do partido? Será que para umas coisas não se deve acusar sem provas e para outras não há problema nenhum com isso? Pelos vistos é cool malhar no PCP.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Parabéns Comuna

No dia em que a Comuna festeja o seu 37º aniversário não poderia deixar de dar os nossos parabéns por tão árduo e coerente trabalho, desejando que a cada 1º de Maio possa voltar a parabenizar este fantástico grupo de amigos...



Parece que foi ontem…

Em 1971 uma primeira experiência – o Teatro Laboratório de Lisboa – OS BONECREIROS, um espectáculo para a infância e juventude, encenado por João Mota, dezenas de representações em Lisboa e mais de 30 localidades em todo o país. Um Prémio da Crítica com o Melhor Espectáculo para a Infância e Juventude. Apesar do êxito, a ruptura: o João Mota, a Manuela de Freitas, O Carlos Paulo, O Melim Teixeira e o Francisco Pestana decidimos sair e levar mais longe a aventura de um Teatro colectivo, onde os actores assumiam a total responsabilidade pelo seu trabalho.
No dia 1 de Maio de 1972 nascia a COMUNA – TEATRO DE PESQUISA num 2º andar da Rua Pedro Nunes, em Lisboa. O nome foi escolhido por votação dos ouvintes de um programa de Rádio – a Rádio Renascença – a quem propusemos duas hipóteses: ou OS CÓMICOS ou COMUNA sempre com o subtítulo de TEATRO DE PESQUISA. Queríamos ter o nome do que defendíamos: o actor primordial, o artesão, em permanente mudança ao encontro dos públicos afastados do teatro, a procura de novos espaços, OS CÓMICOS e também a comunidade natural dos criadores sem escalões diferenciados no salário, nas responsabilidades, uma relação frontal com a outra comunidade, os espectadores – A COMUNA.
O público escolheu e nós avançámos com o primeiro espectáculo baseado em textos do primeiro autor do teatro português – GIL VICENTE – com o título de “PARA ONDE IS?” – pergunta que sempre quisemos presente no nosso caminho. Chamámos para o nosso lado actores vindos do teatro profissional, do teatro universitário e jovens recém-saídos do Conservatório Nacional. De cinco passámos a 14 a ensaiar em ginásios de escolas, salas de colectividades, em casa de uns e outros … E cinco meses depois estreámos – no dia 22 de Outubro – dia de anos do João Mota, o nosso encenador, numa garagem transformada em Teatro, na Praça José Fontana, em frente ao liceu Camões, alugada pelo empresário teatral Vasco Morgado, que nos emprestou também os panos com que forrámos as paredes, a estrutura da bancada do público, e alguns projectores. Os bilhetes tinham o preço único de 20 escudos e ali ficámos a esgotar 150 lugares por noite, durante quase meio ano.
O primeiro subsídio veio da Fundação Gulbenkian, 160 contos, já que ao Estado desde logo nos recusámos a pedir subsídios. Dali passámos, por oferta de Manuel Vinhas para a Sociedade Central de Cervejas na Avenida Almirante Reis, numa antiga sala de fabricação, entre ratos, chuva, caves alagadas e cargas policiais a estudantes na vizinha Praça do Chile. Ali nos mantivemos até Março de 1975 em que na companhia de cento e tal espectadores ocupámos o Casarão Cor-de-Rosa da Praça de Espanha, antigo Colégio Alemão e Lar de Mães Solteiras da Misericórdia e abandonado há vários anos. E aqui estamos há 30 anos, bem vividos em convívio permanente com a cidade e o público.

O resto é como as histórias que ainda não têm fim: a Casa da Criança, o Centro Cultural, os Projectos de Alfabetização, o Clube dos Amigos da Comuna, os Cursos de Teatro, as Exposições, os Concertos, os Debates, a abertura de 4 salas permanentes divididas com dezenas de outras companhias, e os Espectáculos de Teatro, mais de 90 criações de espectáculos destinados a todo o tipo de público: crianças, jovens, adultos e ainda a experiência inovadora do Café-Teatro e depois ainda a Palavra dos Poetas, criadas por Carlos Paulo.

Desde 1973 o nosso caminho também se fez pelos caminhos do mundo. Actuámos nos principais festivais de Teatro de todo o mundo, em mais de 19 países, dezenas de cidades, milhares de pessoas na Europa, na América e em África. Alcançámos um prestígio internacional único para uma companhia portuguesa e sobretudo resistimos aos habituais complexos de inferioridade com que teimosamente continuamos a querer olhar-nos. Fomos uma Companhia de referência do teatro mundial nas décadas de 70 e 80 e connosco vieram trabalhar actores oriundos de França, Venezuela, Suiça ou Alemanha.
Também percorremos Portugal de lés-a-lés, participando regularmente nos principais Festivais de Teatro que se realizam no nosso país, para lá de termos actuado em dezenas de cidades, vilas e aldeias.
Fomos ainda os pioneiros nas famosas Campanhas de Dinamização Cultural do MFA realizadas em 1974 e 75 levando o teatro a sítios onde nunca se tinha assistido a uma representação.

Também a dramaturgia portuguesa, a par dos grandes textos clássicos e contemporâneos do teatro mundial, foi para nós a preocupação primeira – representámos os grandes clássicos portugueses e demos a conhecer os jovens dramaturgos que o 25 de Abril permitiu crescer.
Pela nossa casa passaram mais de uma centena de actores, para lá das dezenas que formámos e dos quais alguns hoje são nomes importantes do teatro português.

Temos sido fiéis àquilo que nos propusemos em 1972 ao nosso primeiro manifesto apesar dos governos (tantos) dos ministros (mais do que a conta) das políticas culturais (quais?) das modas, das televisões, das capelinhas, dos ódios de estimação, a COMUNA orgulha-se de estar viva e de continuar a ser um espaço permanente de Pesquisa de um Teatro Vivo, dramaturgia de ruptura, espaço de nascimento e crescimento de novos actores e autores, um laboratório permanente em consonância com um público que conhecemos já em terceira geração, e que sabe que cada vez que vem à nossa Casa é para partilhar um espaço que também lhe pertence, pois a nossa história é também a Vossa história. Porque só assim o Teatro tem sentido para nós!!


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Sem eira nem beira

Os Xutos e pontapés, pela voz de Zé pedro, mostram-se surpreendidos com o facto de esta música estar a ser usada como espelho da realidade nacional. Surpreendidos ou não, é como diria Zeca Afonso em relação a algumas músicas: "esta história não tem moral, fica para quem quiser interpretar..."



Anda tudo do avesso
Nesta rua que atravesso
Dão milhões a quem os tem
Aos outros um passou-bem

Não consigo perceber
Quem é que nos quer tramar
Enganar/Despedir
E ainda se ficam a rir
Eu quero acreditar
Que esta merda vai mudar
E espero vir a ter
Uma vida bem melhor

Mas se eu nada fizer
Isto nunca vai mudar
Conseguir/Encontrar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a comer

É difícil ser honesto
É difícil de engolir
Quem não tem nada vai preso
Quem tem muito fica a rir
Ainda espero ver alguém
Assumir que já andou
A roubar/A enganar
o povo que acreditou

Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar
Conseguir encontrar mais força para lutar
Mais força para lutar...

(Refrão)
Senhor engenheiro
Dê-me um pouco de atenção
Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Não tenho eira nem beira
Mas ainda consigo ver
Quem anda na roubalheira
E quem me anda a foder

Há dez anos que estou preso
Há trinta que sou ladrão
Mas eu sou um homem honesto
Só errei na profissão

terça-feira, 14 de abril de 2009

Quem é que me explica?



Há neste momento, entre várias outras, duas coisas que não entendo e gostava que alguém me explicasse sem ser completamente rídiculo:

1ª - Como é que é possível este governo apoiar Durão Barroso sem corar sabendo que este pertence a outra cor política e que é a única das faces da famosa cimeira das Lajes e da velha política de Bush que ainda ocupa importantes cargos e que é, sem sombra de dúvida, a imagem de um passado recente que toda a gente quer esquecer?

2ª - Qual é o interesse daquela gente que se juntou e lançou uma petição para que haja uma convergência de todas as esquerdas em Lisboa para derrotar o monstro Santana?
PS, PCP, Cidadãos por Lisboa, BE e porque não PCTP-MRPP... Todos unidos e felizes à volta de Costa, Perestelo e Sá Fernandes. Que lindo!...

Alguém consegue explicar???

sexta-feira, 27 de março de 2009

Dia Mundial do Teatro



Depois de há um ano ter escrito aqui dois posts sobre este dia, um que continha a mensagem do dia mundial do Teatro de Robert Lepage, e outro que era a minha opinião sobre a situação do Teatro em Portugal há um ano.A magnífica mensagem de Robert Lepage pode relê-la aqui.
Quanto à minha opinião, curiosamente manteve-se ou piorou... Mais rídiculo só mesmo o facto do que foi descrito por mim o ano passado sobre o acompanhamento ou notícia deste dia pelos meios de comunicação social se manter tão actual como há um ano, pois não há alteração absolutamente nenhuma.

Passada esta introdução aqui vos deixo a mensagem deste dia que este ano foi escrita pelo extraordinário Augusto Boal, criador, fundador e pedagogo do Teatro do Oprimido.

Mensagem

Somos todos atores
Teatro popular, teatro contestatório, teatro interativo, teatro educativo, teatro legislativo, teatro terapêutico... em outras palavras, Augusto Boal. O diretor brasileiro de renome mundial é o autor, este ano, da mensagem do Instituto Internacional do Teatro (IIT) elaborada em comemoração ao Dia Mundial do Teatro, celebrado em 27 de março.
Inventor do Teatro do Oprimido e do personagem denominado “espect-actor”, Boal nos convida a subir no palco da vida para criar um mundo onde a dualidade opressores/oprimido será abolida.

Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida! Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.
Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, o palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver, tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Verdade escondida

Em setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro, apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós, em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da bolsa quando fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.
Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre: no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: "Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida".
Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.
Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!


Augusto Boal

In “Correio da UNESCO”

terça-feira, 24 de março de 2009

Surreal



Se não tivesse visto não acreditava. É preciso uma grande falta de carácter para dizer isto com o magnífico cenário...
Eu, como penso que muitos benfiquistas, teria vergonha de ter dirigentes assim. Que vivem da arruaça e falta de escrúpulos enquanto tentam esconder a catástrofe financeira e desportiva em que vivem.

Infelizmente para eles, e independentemente da fotografia, esta será sempre a taça Lucílio Batista. É que casos destes são como a mão de Maradona (ou de Ronny do Paços em Alvalade) que, de tão escandalosos, a memória não apaga.

sábado, 21 de março de 2009

Dia Mundial da Poesia

Aos Poetas

Somos nós
As humanas cigarras.
Nós,
Desde o tempo de Esopo conhecidos...
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.

Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos,
A passar...

Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras.
Asas que em certas horas
Palpitam.
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura.
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.

Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz.
Vinho que não é meu,
Mas sim do mosto que a beleza traz.

E vos digo e conjuro que canteis.
Que sejais menestréis
Duma gesta de amor universal.
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural.

Homens de toda a terra sem fronteiras.
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele.
Crias de Adão e Eva verdadeiras.
Homens da torre de Babel.

Homens do dia-a-dia
Que levantem paredes de ilusão.
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão.


Miguel Torga, in 'Odes'

terça-feira, 17 de março de 2009

Inacreditável



Recebi por mail um anúncio de emprego no mínimo caricato, ou então já chegámos a um ponto em que vale tudo por meia duzia de tostões... Se não vejamos: O anúncio pede um/a promotor/a de eventos para entrada imediata. Até aqui tudo normal, mas passemos então aos requisitos exigidos pela entidade empregadora. E estes são apenas: Sensibilidade comercial, conhecimentos de geografia mundial, experiência em funções administrativas, capacidade de negociação internacional, fluência de inglês e francês (falado e escrito), e ainda o conhecimento dos seguintes idiomas: Mandarim, japonês, polaco, árabe, checo, romeno, sérvio. Para concluir basta ter a carta de condução...
Não é para todos muito menos para jovens que não podem ter mais de 30 anos como exige a empresa. Ainda assim, e na esperança de que apareçam bastantes candidatos, a empresa oferece 600 euros de ordenado mais um subsídio de refeição que também não é para todos (6 euros 41 centimos).

É absolutamente extraordinária esta tentativa de exploração, mas creio que não irão longe, pois se ainda havia alguém em Portugal com todos estes requisitos e vontade de trabalhar na promoção de eventos... Depois de ler o anúncio decidiu emigrar de vez.

Gostava de ser mosca para ver os C.V. que estão a ser recebidos por esta empresa, mas acredito que mais absurdos que o anúncio não serão...

A oferta aqui

Encostei-me



Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos,
E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.
A minha vida passada misturou-se com a futura,
E houve no meio um ruído do salão de fumo,
Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.
Ah, balouçado
Na sensação das ondas,
Ah, embalado
Na idéia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,
Em cima da cadeira como um livro que a sueca ali deixasse.

Ah, afundado
Num torpor da imaginação, sem dúvida um pouco sono,
Irrequieto tão sossegadamente,
Tão análogo de repente à criança que fui outrora
Quando brincava na quinta e não sabia álgebra,
Nem as outras álgebras com x e y's de sentimento.

Ah, todo eu anseio
Por esse momento sem importância nenhuma
Na minha vida,
Ah, todo eu anseio por esse momento, como por outros análogos —
Aqueles momentos em que não tive importância nenhuma,
Aqueles em que compreendi todo o vácuo da existência sem inteligência para o
compreender
E havia luar e mar e a solidão, ó Álvaro.



Álvaro de Campos

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Perigosa deriva fascista cresce em Itália



Este governo de coligação que lidera Itália com Berlusconi ligado à Liga do norte, partido de extrema direita, tem levado a uma deriva fascista que não pára de crescer nos últimos dias.
Tudo começou com um decreto-lei que visa os médicos, exigindo aos mesmos que denunciem às autoridades quaisquer imigrantes ilegais que atendam. Esta norma, para além de ir contra o código deontológico de quem exerce medicina, terá como única e desastrosa consequência a fuga destes imigrantes... Não do país, mas das clinicas públicas, obrigando-os assim a irem a clínicas clandestinas que tratarão deles sabe-se lá como, ou melhor, sabe-se bem como...
Poucos dias depois outra proposta a ser levada avante: O confinamento de ciganos a zonas previamente designadas...
Logo em seguida mais uma proposta, tão querida desde há muitos anos pela liga do norte, que tem como objectivo o regresso das milicias ou, por outras palavras de patrulhas civis. Estas patrulhas são escolhidas pelos autarcas e terão em ex-militares os seus principais membros. Evidentemente que estas milicias darão especial ou total atenção a imigrantes...

Todas estas medidas foram tomadas no espaço de dez/quinze dias.
Qual será a próxima?
E na UE ninguém tem nada a dizer a Silvio Berlusconi?

Já sabemos a resposta a estas perguntas, mas por aqui há ainda uma coisa que me intriga: Porque será que nos media nacionais ninguém, ou quase ninguém escreve ou fala sobre estes escandalos legais que vão sendo praticados aqui tão perto?

VERGONHA



Estive a pensar escrever um post grande para mostrar toda a minha indignação com o que aconteceu quarta-feira no Alvalade XXI.
No entanto, e estando já a perder a paciência para este Sporting de Soares Franco, Paulo Bento e do inócuo Pedro Barbosa, gostava aqui apenas de colocar algumas questões.
Dr. Soares Franco: Porque é que veio dizer que a liga dos campeões reservava sempre surpresas? Tem algum poder divinatório que o fez prever tamanha desgraça?
Paulo Bento: Porque é que depois de um belo jogo com o Benfica decide poupar jogadores num jogo desta importância e com uma equipa como o Bayern de Munique? Porque é que diz em conferencia de imprensa que o poder físico vai ser determinante e depois põe a jogar o lingrinhas e péssimo jogador que é o Romagnoli em vez de Vukcevic? Se Vukcevic estava realmente cansado, o que é estranho pois só jogou 60 minutos com o Benfica, porque não apostou em Pereirinha que estava moralizado e libertaria João Moutinho, podendo ainda abrir espaços na defesa contrária? Não. Paulo Bento achou melhor colocar Romagnoli que não jogava há um mês, ou seja, colocou dos piores jogadores que temos e ainda por cima sem ritmo competitivo. De génio...
Abel??? A mesma questão. Pedro Silva (fraquinho) já provou que põe Abel a um canto e também vinha de excelente exibição. Também Pereirinha podia jogar de início nessa posição e não entrar quando o descalabro estava consumado para castigo de Abel e dele próprio. Cada vez mais concordo com o meu irmão: Este Abel é um suplente razoável para o Trofense...
Outra pérola de Paulo Bento foi ter dito na conferencia de imprensa que antecedia o jogo que a pressão estava toda do lado do Bayern. Bastante inteligente, principalmente tendo em conta que o discurso de pôr a pressão do nosso lado estava a funcionar muito bem com o Sporting a realizar excelentes jogos, ou seja, com este treinador, em equipa que ganha mexe-se e altera-se o discurso. Absolutamente extraordinário... Melhor só mesmo o facto de ter ainda dito que o Sporting poderia passar sem vencer nenhum dos jogos! Com um discurso destes...
O mais fantástico: Paulo Bento consegue a pior derrota do Sporting em casa em mais de 100 anos de história e não chama a si responsabilidade nenhuma. E em relação a isto Polga deu-lhe uma lição de carácter: "Temos que sentir vergonha na cara!". Polga sente, Paulo Bento não sei em que planeta anda.
Para concluir, e porque quem está lá dentro são os jogadores passo a citar o Público de ontem no que se refere à exibição do Sporting:

"Caneira ficou estático a ver Toni marcar. Rochemback fez um dos penalties mais palermas da história. Pereirinha fez atrasos displicentes. Derley assistiu Ribéry. Pareciam crianças ao pé dos adultos."

Podem agora estar satisfeitas estas grandes vedetas leoninas ou activos da SAD como diz o Pedro... A Europa do futebol já sabe quem eles são e o que querem...

Eu tenho vergonha. E considero que em caso de derrota no Domingo Paulo Bento deve saír e as eleições ser antecipadas, pois em caso de derrota, para época estragada basta esta!
E não me venham com números não sou accionista da SAD, mas sou sem dúvida mais sportinguista que muita dessa gente e outra que trabalha e vive do meu clube.
BASTA!
Para concluir pergunto mais uma vez: porque será que Paulo Bento não assumiu responsabilidades nenhumas na maior derrota em casa da história do clube??? Não há vergonha???

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Activos da SAD - 0 Bayern - 5



Talvez com o jogo de hoje eu me tenha divorciado do futebol do Sporting por tempo indeterminado. Até ver. Discordo com o que aqui escreve Tomás Vasques, não se explica tamanho desastre pela diferença de nível de adversários. Isso explica a derrota de há dois anos, com aquele golo do Schweinsteiger a trinta metros da baliza, sem espinhas...
Não explica a desconcentração, a absoluta displicência (em que parte do mundo se sofrem golos como o primeiro? Se fazem penaltis como o terceiro?; ou que equipa do mundo sofre golos como o ultimo?), a falta de concentração competitiva, a tão amadora tendência para "estados de alma" quando a doer se sofrem revezes(a quebra após sofrerem o 1º golo, porquê?). Tudo sinais de falta de trabalho, preparação, de espírito, brio e profissionalismo.
Estavam todos lá, os ingredientes da desgraça e para desgraça nossa e vergonha na Europa vieram hoje ao de cima. Ainda há uns poucos meses quando jogadores como Abel diziam nos jornais não compreender porque é que os "adeptos assobiam e não apoiam a equipa" podia ter feito um esforço para entender que os adeptos assobiavam até para o bem dele, tinha-lhe dado jeito dar valor ás lamurias de quem paga para sofrer pela camisola que tão bem lhe paga. Se calhar não cometia erros como aquela bola perdida em zona proibida para Ribery que podia ter inaugurado logo ali o "morticínio" bem mais cedo que o (in)esperado, por volta do quarto de hora de jogo. Ou como as falhas de jogador mimado de Rochemback que ofereceram de mão beijada dois golos de 60 mil euros a uma equipa há semanas em agonia de derrotas e crise de confiança.
Enfim, se calhar sou mais da velha guarda sportiguista, se é que isso existe. Prefiro o meu Sporting na Taça UEFA a ter de sofrer vergonhas deste quilate. Nem o Anartosis do Chifre estaria para uma enxurrada destas, mas quando há adeptos que gritam "olés" a levar no seu próprio estádio cinco secos do Barça, deviamos estar conversados.
Todos estes adeptosinhos Worldwide da Liga Milionária. Eles que com o CEO da SAD olham para craques como Simon Vukcevic, Liedson ou João Moutinho não como jogadores do Sporting mas mais como "Activos da SAD".
Na linha de Paulo Bento que em vez de ser mais humano e talvez pedir desculpas, dizer que está envergonhado, que é o dia mais triste da sua vida desportiva, que se vai demitir, que quer fugir para longe, diz apenas isto: "Num erro, permitimos uma transição e sofremos um golo. Depois, em 20 minutos, deitámos tudo a perder. A equipa caiu animicamente e teve grandes dificuldades em voltar a encontrar-se, não conseguindo sequer defender bem. Com o avolumar do resultado, face a uma equipa experiente, de grande qualidade e que sabe aproveitar os espaços, a nossa equipa ficou descrente». Tudo tem uma explicação menos o que não tem explicação nenhuma. Descrente? Olha eu também. Não se demite ele, se calhar demito-me eu de gastar tempo precioso de vida com equipas incompetentes, emproadas e tão cheias de desculpas. Tenho aqui o Domingos de Sávio ao lado de casa. Esses ao que consta são apenas nabos.

Adenda: Aguardo a vez declaração do CEO da SAD de que "foi apenas um acidente de percurso"

Agenda permanente



A fotografia não pode ser mais emocionante.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Divórcio de Ideias



Só posso concordar com o maradona: Ontem no Prós e Contras havia gente realmente estranha... Sinistra.
Não é que durante duas horas e meia o único argumento que usaram contra os casamentos gay foi o de que estes não serviam para a procriação... E que em seguida viria o papão da adopção por homossexuais. Com discursos destes (e estamos a falar de casamentos civis), o casamento bem podia ir a referendo que passava na mesma.
Está na hora dos padrecas se meterem no seu lugar e dos protectores da família pensarem mais nas suas famílias que nas dos outros (quais porteiras). Quanto às pessoas do mesmo sexo que se queiram casar, pois que se casem... Mais vale tarde que nunca.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Karl Marx em 1867!



"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado"

Karl Marx,
Kapital, 1867